Dois estudantes de 16 anos foram agredidos na noite desta quarta (30),
por um grupo de alunos da Escola Estadual Professor Paulo Freire, no
bairro Henrique Jorge, periferia de Fortaleza, no Ceará. Um dos jovens
levou várias pancadas na cabeça e chegou desacordado ao hospital
Instituto Dr. José Frota, onde ainda está internado. A suspeita é que um
professor - cujo nome não foi divulgado - tenha estimulado bullying
contra um dos garotos.
O outro jovem teve ferimentos leves e foi atendido na UPA (Unidade de
Pronto Atendimento) do bairro e foi liberado após consulta. De acordo
com a Polícia Militar, a briga começou pelo fato de o grupo de alunos
ter tirado fotos de um dos garotos, que se irritou. O outro adolescente
teria entrado na confusão para defender o amigo. A briga teria iniciado
dentro da escola, mas a agressão ocorreu a quatro quarteirões da
instituição. O espancamento teria sido realizado por outros oito
estudantes.
O coordenador da Superintendência das Escolas Estaduais de Fortaleza,
da Seduc (Secretaria da Educação do Ceará), José Celso Pinheiro,
informou que a mãe do garoto que se encontra internado acusou um dos
professores de ter estimulado o bullying contra o filho. "A equipe da
superintendência passou a tarde na escola, em reunião, tomando
depoimentos, inclusive com esse professor", informa.
O jovem internado no hospital se submeteu a um raio X e aguardava a
realização de uma tomografia, para verificar se o espancamento provocou
alguma lesão no crânio. Por meio da assessoria de imprensa, o hospital
informou que o garoto sofreu várias pancadas na cabeça, mas o estado de
saúde do jovem é estável.
Nesta sexta-feira (1º), o coordenador deve realizar uma reunião com os
pais dos alunos envolvidos para apurar o que ocorreu. "A briga aconteceu
fora da escola, mas os alunos estavam fardados. Vamos descobrir
exatamente o que aconteceu e responsabilizar os culpados", garante o
coordenador.
Dois dos alunos que teriam agredido os colegas têm mais de 18 anos.
"Eles irão responder pelo regimento das escolas e podem até serem
expulsos", aponta Pinheiro. O 11º Distrito Policial do Panamericano, no
bairro vizinho, informou que a família do jovem ainda não foi à
delegacia de Polícia Civil prestar queixa. O adolescente com ferimentos
leves frequentou a aula normalmente nesta quinta (31)